quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nosso Patrono

Mamede de Aquino: um nome a ser lembrado

Sua terra natal era Minas Gerais, porém fez de Campo Grande sua terra de coração, contribuindo para seu embelezamento. José Mamede de Aquino, uma amante da natureza, foi responsável pelo plantio das frondosas árvores que hoje embelezam a Avenida Afonso Pena. Durante toda a sua vida ele cuidou e fabricou mudas de árvores frutíferas e ornamentais, para depois doá-las e ele próprio plantá-las. Sem dúvidas, um nome que deve ser sempre lembrado.

José Mamede de Aquino
- desenho de Neiton Cesar
José Mamede de Aquino nasceu no dia 17 de agosto de 1884, em Minas Gerais, na cidade de Curvelo, filho de Francelino Correa de Aquino e Maria Cândida de Aquino. Em 1912, veio para Campo Grande, como funcionário da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, quando esta cidade ainda era uma pequena vila.
Em Campo Grande, ele casou-se com Elizena Carvalho, campograndense, filha de Venâncio Teodoro de Carvalho e Maria Rosa de Almeida, da tradicional família Vieira de Almeida. Do casamento, nasceram os filhos Deodato, Geralda, Gabriela, Mirian, Justino Mendes de Aquino – antigo e famoso alfaiate de Campo Grande, conhecido por Mendes – e Plínio José.
Mamede, assim ele era chamado, foi professor dos filhos mais velhos de Benjamim Correa da Costa, marido de Dona Neta, João, Avelina e Líria, na fazenda Chapada, no Município de Nioaque.
(...) Homem muito alegre, tocador de viola, muito bom de prosa, que irradiava muita simpatia. Interessava-se por política e, sobretudo, pela natureza, que amava muito. Seu prazer maior era plantar. Dizia sempre: “Planto uma árvore porque sei que ela dará frutos aos que a ela chegarem.” Não pensava em colhê-los ele próprio, lembrava sim de todas as pessoas que porventura pudessem ser agasalhadas pela árvore.
Na tarefa de ajardina a Praça Ary Coelho e arborizar a cidade, o intendente Arlindo de Andrade foi auxiliado por José Mamede de Aquino, que cuidou e fabricou mudas de árvores para tal. Deslumbrado com a arborização da Avenida Afonso Pena de Belo Horizonte, trouxe para Campo Grande mudas de “ficus-benjamim” para plantar em nossa avenida de igual nome. Ele mesmo doou e plantou as árvores que aí estão, frondosas e aconchegantes.
Mamede era um homem letrado. Foi seminarista em Curvelo, sua terra natal. Em 1032, participou da Revolução Paulista, e sempre foi um idealista da Divisão de Mato Grosso. Deixou um manuscrito intitulado “Mato Grosso por dentro”, hoje desaparecido.
Ele residiu por algum tempo em Ribas do Rio Pardo, exercendo as mais diversas profissões, como comerciante, sapateiro e seleiro, sendo também nomeado como Juiz de Paz. Lá, era comum reunir-se com os amigos Horácio Lemos, Olímpio de Carvalho e o farmacêutico Louzada, para longos bate-papos noturnos, contavam anedotas e histórias de toda a espécie, transformando a reunião em uma verdadeira festa.
José Mamede de Aquino é uma figura que merece ser lembrada dentro da história de Campo Grande, numa recompensa pela sua dedicação desinteressada no trabalho de embelezamento da cidade. Homem honesto e cumpridor de seus deveres, ele morreu sem armazenar riquezas, mas tendo a certeza que estava deixando frutos do seu trabalho.

** O texto original foi extraído de arquivos do historiador Paulo Coelho Machado, membro do Instituto Histórico e Geográfico do MS e publicado em um jornal local que circulou nos dias 26 e 27 de agosto de 1983 (sexta e sábado), por ser uma cópia reprografada e muito antiga do referido jornal, algumas partes do texto estão ilegíveis – três linhas marcadas com (...) no quarto parágrafo.
* Digitação: Professora Diana Pilatti - STE

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